quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Eguns


Os negros iorubanos originários da Nigéria trouxeram para o Brasil o culto dos seus ancestrais chamados Eguns ou Egunguns. Em Itaparica (BA), duas sociedades perpetuam essa tradição religiosa.
Os cultos de origem africana chegaram ao Brasil juntamente com os escravos. Os iorubanos - um dos grupos étnicos da Nigéria, resultado de vários agrupamentos tribais, tais como Keto, Oyó, Itexá, Ifan e Ifé, de forte tradição, principalmente religiosa - nos enriqueceram com o culto de divindades denominadas genericamente de Orixás. Esses negros iorubanos não apenas adoram e cultuam suas divindades, mas também seus ancestrais, principalmente os masculinos.
A morte não é o ponto final da vida para o iorubano, pois ele acredita na reencarnação (àtúnwa) ou seja, a pessoa renasce no mesmo seio familiar ao qual pertencia; ela revive em um dos seus descendentes. A reencarnação acontece para ambos os sexos; é o fato terrível e angustiante para eles não reencarnar.
Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Iami Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Iami Oxorongá, chamada também de Iá Nlá, a grande mãe. Esta imensa massa energética que representa o poder de ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas "Sociedades Geledê", compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipula este perigoso poder. O medo da ira de Iami nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino.
Além da Sociedade Geledê, existe também na Nigéria a Sociedade Orô. Este é o nome dado ao culto coletivo dos mortos masculinos quando não individualizados. Orô é uma divindade tal qual Iami Oxorongá, sendo considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado somente por homens. Tanto Iami quanto Orô são manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e representam à coletividade, mas o poder de Iami é maior e, portanto, mais controlado, inclusive pela Sociedade Orô.
Outra forma, e mais importante de culto aos ancestrais masculinos é elaborada pelas "Sociedades Egungum". Estas têm como finalidade celebrar ritos a homens que foram figuras destacadas em suas sociedades ou comunidades quando vivos, para que eles continuem presentes entre seus descendentes de forma privilegiada, mantendo na morte a sua individualidade. Esses mortos surgem de forma visível, mas camuflada, a verdadeira resposta religiosa da vida pós-morte, denominada Egum ou Egungum. Somente os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens possuem ou mantém a individualidade, às mulheres é negado este privilégio, assim como o de participar diretamente do culto.
Esses Eguns são cultuados de forma adequada e específica por sua sociedade, em locais e templos com sacerdotes diferentes dos Orixás. Embora todos os sistemas de sociedade que conhecemos sejam diferentes, o conjunto forma uma só religião: a Iorubana. No Brasil existem duas dessas sociedades de Egungum, cujo tronco comum remonta ao tempo da escravatura: Ilê Agboulá, a mais antiga, em Ponta de Areia, e uma mais recente e ramificação da primeira, o Ilê Oyá, ambas em Itaparica, Bahia.
O Egum é a morte que volta a terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos. Ele "nasce" através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos Ojé (sacerdotes) munidos de um instrumento invocatório, um bastão chamado Ixã, que quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a "morte se torne vida" e o Egungum ancestral individualizado está de novo "vivo”. A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos Orixás, em que o transe acontece durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados. O Egungum simplesmente surge no salão, causando impacto visual e usando a surpresa como rito. Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta por uma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior da cabeça formando uma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem está sob a roupa. Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda metálica e estridente - característica de Egum, chamada de séègí ou sé, e que está relacionada com a voz do macaco marrom, chamado Ijimerê na Nigéria.
As tradições religiosas dizem que sob a roupa está somente a energia do ancestral; outras correntes já afirmam estar sob os panos algum mariwo (iniciado no culto de Egum) sob transe mediúnico. Mas, contradizendo a lei do culto, os mariwo não podem cair em transe, de qualquer tipo que seja. Pelo sim ou pelo não, Egum está entre os vivos, e não se pode negar sua presença, energética ou mediúnica, pois as roupas ali estão e isto é Egum. A roupa do Egum - chamada de Eku na Nigéria ou Opá na Bahia - ou o Egungum propriamente dito, é altamente sacra ou sacrossanta e por dogma, nenhum humano pode tocá-la. Todos os mariwo usam o Ixã para controlar a "morte", ali representada pelos Eguns. Eles e a assistência não devem tocar-se, pois, como é dito nas falas populares dessas comunidades, a pessoa que for tocada por Egum se tornará um "assombrado”, e o perigo a rondará. Ela então deverá passar por vários ritos de purificação para afastar os perigos de doença ou talvez, a própria morte. Ora, o Egum é a materialização da morte sob as tiras de pano, e o contato, ainda que um simples esbarrão nessas tiras seja prejudicial. E mesmo os mais qualificados sacerdotes - como os Ojé Atokun, que invocam, guiam e zelam por um ou mais Eguns - desempenham todas essas atribuições substituindo as mãos pelo Ixã.
Os Egum-Agbá (ancião), também chamados de Babá-Egum (pai), são Eguns que já tiveram os seus ritos completos e permitem, por isso, que suas roupas sejam mais completas e suas vozes sejam liberadas para que eles possam conversar com os vivos.
Os Apaaraká são Eguns mudos e suas roupas são as mais simples: não têm tiras e parece um quadro de pano com duas telas, uma na frente e outra atrás. Esses Eguns ainda estão em processo de elaboração para alcançar o status de Babá; são traquinos e imprevisíveis, assustam e causam terror ao povo.
O Eku dos Babás é dividido em três partes:
1. O Abalá, que é uma armação quadrada ou redonda, como se fosse um chapéu que cobre totalmente a extremidade superior do Babá e da qual caem várias tiras de panos coloridas, formando uma espécie de franjas ao seu redor;
2. O Kafô, que uma túnica de mangas que acabam em luvas e pernas que acaba igualmente em sapatos;
3. O Banté, que é uma tira de pano especial presa no kafô e individualmente decorada e que identifica o Babá. O banté, que foi previamente preparado e impregnado de axé (força, poder, energia transmissível e acumulável), é usado pelo Babá quando está falando e abençoando os fiéis. Ele sacode na direção da pessoa e esta faz gestos com as mãos que simulam o ato de pegar algo, no caso o axé, e incorporá-lo. Ao contrário do toque na roupa, este ato é altamente benéfico.
Na Nigéria, os Agbá-Egum portam o mesmo tipo de roupa, mas com alguns apetrechos adicionais: uns usam sobre o Alabá mascaras esculpidas em madeira chamadas Erê Egungum; outros, entre os Alabá e o Kafô, usam peles de animais. Alguns Babás carregam na mão o Opá Iku e às vezes, o Ixã. Nestes casos, a ira dos Babás é representada por esses instrumentos litúrgicos.
Existem várias qualificações de Egum, como Babá e Apaaraká, conforme sus ritos, e entre os Agbá, conforme suas roupas, paramentos e maneira de se comportarem. As classificações, em verdade, são extensas. Nas festas de Egungum, em Itaparica, o salão público não tem janelas, e, logo após os fiéis entrarem, a porta principal é fechada e somente aberta no final da cerimônia, quando o dia já está clareando. Os Eguns entram no salão através de uma porta secundária e exclusiva, único local de união com o mundo externo. Os ancestrais são invocados e eles rondam os espaços físicos do terreiro. Vários Amuxã (iniciados que portam o Ixã) funcionam como guardas espalhados pelo terreiro e nos seus limites, para evitar que alguns Babá ou os perigosos Apaaraká que escapem aos olhos atentos dos Ojés saiam do espaço delimitado e invadam as redondezas não protegidas.
Os Eguns são invocados numa outra construção sacra, perto, mas separada do grande salão, chamada de Ilê Awô (casa do segredo), na Bahia, e Igbo Igbalé (bosque da floresta), na Nigéria. O Ilê Awo é dividido em uma ante-sala, onde somente os Ojé podem entrar, e o Lèsànyin ou Ojê Agbá entram. Balé é o local onde estão os Idiegungum, os assentamentos - estes são elementos litúrgicos que, associados, individualizam e identificam o Egum ali cultuado - e o Ojubô-Babá, que é um buraco feito diretamente na terra, rodeado por vários Ixã, os quais de pé, delimitam o local.
Nos Ojubô são colocadas oferendas de alimentos e sacrifícios de animais para o Egum a ser cultuado ou invocado. No Ilê Awô também está o assentamento da divindade Oyá na qualidade de Igbalé, ou seja, Oyá Igbalé - a única divindade feminina venerada e cultuada, simultaneamente, pelos adeptos e pelos próprios Eguns. No balé os Ojê Atokun vão invocar o Egum escolhido diretamente no assentamento, e é neste local que o Awô (segredo) - o poder e o axé de Egum - nasce através do conjunto Ojê-Ixã/Idi-Ojubô . A roupa é preenchida e Egum se torna visível aos olhos humanos.
Após saírem do Ilê Awô, os Eguns são conduzidos pelos Amuxã até a porta secundária do salão, entrando no local onde os fiéis os esperam, causando espanto e admiração, pois eles ali chegaram levados pelas vozes dos Ojê, pelo som dos Amuxã, brandindo os Ixã pelo chão e aos gritos de saudação e repiques dos tambores dos Alabê (tocadores e cantadores de Egum). O clima é realmente perfeito. O espaço físico do salão é dividido entre sacro e profano.
O sacro é a parte onde estão os tambores e seus alabê e várias cadeiras especiais previamente preparadas e escolhidas, nas quais os Eguns, após dançarem e cantarem descansam por alguns momentos na companhia dos outros, sentados ou andando, mas sempre unidos, o maior tempo possível, com sua comunidade. Este é o objetivo principal do culto: unir os vivos com os mortos. Nesta parte sacra, mulheres não podem entrar nem tocar nas cadeiras, pois o culto é totalmente restrito aos homens. Mas existem raras e privilegiadas mulheres que são exceção, como se fosse a própria Oyá; elas são geralmente iniciadas no culto dos orixás e possuem simultaneamente Oiê (posto e cargo hierárquico) no culto de Egum - estas posições de grande relevância causam inveja à comunidade feminina de fiéis. São estas mulheres que zelam pelo culto, fora dos mistérios, confeccionando as roupas, mantendo a ordem no salão, respondendo a todos os cânticos ou puxando alguns especiais, que somente elas têm o direito de cantar para os Babás. Antes de iniciar os rituais para Egum, elas fazem uma roda para dançar e cantar em louvor aos orixás; após esta saudação elas permanecem sentadas junto com as outras mulheres. Elas funcionam como elo entre os Atokun e os Eguns ao transmitir suas mensagens aos fiéis. Elas conhecem todos os Babá, seu jeito, suas manias e sabem como agradá-los.
Este espaço sagrado é o mundo do Egum nos momentos de encontro com seus descendentes.
A Assistência está separada deste mundo pelos Ixã que os Amuxã colocam estrategicamente no chão, fazendo assim uma divisão simbólica e ritual dos espaços, separando a "morte" da "vida". É através do Ixã que se evita o contato com o Egun: ele respeita totalmente o preceito, é o instrumento que o invoca e o controla. Às vezes, os mariwo são obrigados a segurar o Egum com o Ixã no seu peito, tal é a volúpia e a tendência natural de ele tentar ir ao encontro dos vivos, sendo preciso, vez ou outra, o próprio Atokun ter de intervir rápida e rispidamente, pois é o Ojê que por ele zela e o invoca, pelo qual ele tem grande respeito.
O espaço profano é dividido em dois lados: à esquerda ficam as mulheres e crianças e à direita, os homens. Após Babá entrar no salão, ele começa a cantar seus cânticos preferidos, porque cada Egum em vida pertencia a um determinado Orixá. Como diz a religião, toda pessoa tem seu próprio orixá e esta característica é mantida pelo Egum. Por exemplo: se alguém em vida pertencia a Xangô, quando morto e vindo com Egum, ele terá em suas vestes as características de Xangô, puxando pelas cores vermelha e branca. Portará um Oxê (machado de lâmina dupla), que é sua insígnia; pedirá aos Alabês que toquem o alujá, que também é o ritmo preferido de Xangô, e dançará ao som dos tambores e das palmas entusiastas e excitantemente marcadas pelo Oiê femininos, que também responderão aos cânticos e exigirão a mesma animação das outras pessoas ali presentes. Babá também dançará e cantará suas próprias músicas, após ter louvado a todos e ser bastante reverenciado. Ele conversará com os fiéis, falará em um possível iorubá arcaico e seu Atokun funcionará como tradutor. Babá-Egum começará perguntando pelos seus fiéis mais freqüentes, principalmente pelos Oiê femininos depois, pelos outros e finalmente será apresentado às pessoas que ali chegaram pela primeira vez. Babá estará orientando, abençoando e punindo, se necessário, fazendo o papél de um verdadeiro pai, presente entre seus descendentes para aconselhá-los e protegê-los, mantendo assim a moral disciplina comum às suas comunidades, funcionando como verdadeiro mediador dos costumes e das tradições religiosas e laicas.
Finalizando a conversa com os fiéis e já tendo visto seus filhos, Babá-Egum parte, a festa termina e a porta principal é aberta: o dia já amanheceu. Babá partiu, mas continuará protegendo e abençoando os que foram vê-lo. Esta é uma breve descrição de Egungum, de uma festa e de sua sociedade, não detalhada, mas o suficiente para um primeiro e simples contato com este importante lado da religião. E também para se compreender a morte e a vida através das ancestralidades cultuadas nessas comunidades como um reflexo da sobrevivência direta, cultural e religiosa dos iorubanos da Nigéria

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Convite

DIA 02 DE MARÇO FESTA DE BARA AKISANGE  MO ASE  AJAGUNÃ DO GARCIA  , LADEIRA DOS VERISSIMOS N 33 FAZENDA FIM DE LINHA DO GARCIA  SALVADOR BA  TERA INICIO ÀS 16:00 HS  TEL 071  34843535

Convite

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mitologia

Filho de Nanã – que abandonou por ser doente – foi criado por Iemanjá. É o irmão mais velho de Ossãe, Oxumarê e Ewá; Orixá fundamentalmente jeje, mas louvado em todas as nações, por sua inportância.

Conta-se que , uma vez esquecido por Nanã, fora criado por Iemanjá, que curou das moléstias. Cresceu forte, desenvolveu a arte de caça, tornando-se guerreiro e viajante.

Certo dia, numa de suas jornadas, chegou até uma aldeia, coberto de palha, como sempre viveu. Como todos conheciam sua fama, suas ligações com as moléstias contagiosas, foram barradas antes mesmo de penetra na aldeia.

-Não o queremos aqui! – disse o dirigente da tribo.

- Mas quero apenas água e um pouco de comida, para prosseguir minha viagem. Apenas isso! – respondeu Obaluaê, ou melhor, dizendo Xapanã, nome pelo qual era chamado.

-Vá-se embora, Xapanã! Não precisamos de doença, nem de mazelas em nossa aldeia Vá procurar água e comida em outro lugar!

E Xapanã, então foi sentar-se no alto do morro próximo. A manhã mal começara e ele ficou, sentado, envolto em palha da costa, observando a subida do sol.

O tempo foi passando, as horas foram-se passando e, ao meio-dia,exatamente, o sol já escaldante, tornou-se insuportável. A água ficara quente, o alimento se estragava e toda a tribo se contorcia de dor, aflição e agonia. Xapanã a tudo observava, imóvel, como um totem, como um símbolo de palha.

Na aldeia um alvoroço se fez. Uns tinham dores de barriga, outros tinham forte dores de cabeça. Outros, ainda, arrancavam sangue da própria pele, numa coceira incontrolável.
Outros agiam como loucos incontrolados. Aos poucos, a morte foi chegando para alguns.

Xapanã apenas assistia...

Parecia que o tempo havia parado ao meio-dia, mas na verdade, foram três dias de sol quente, pois a noite não chegava. Era apenas sol durante todo o tempo. E durante todo o tempo a aldeia viu-se ás voltas com doenças, loucuras, sede, fome, morte!

Xapanã, inerte, via tudo, imóvel...

Não agüentando mais, e vendo que Xapanã continuava do alto do pequeno morro observando, o dirigente de aldeia foi até ele suplicar perdão, atirando-se aos seus pés.

- Em nome de Olorun, perdo-nos! Já não suportamos tanto sofrimento! Tente perdoar por favor, Senhor Xapanã! Tente perdoar!

De Súbito, Xapanã Levantou-se, desceu até a aldeia e pisou na terra. Tornou-a  fria. Tocou  na água, tornou-a também fria;tocou os alimentos e tornou-os novamente comestível; tocou a cabeça de cada um dos aldeões e curou-lhe a doença; tocou os mortos e fez voltar a vida em seu corpos.

Restaurando a normalidade, Xapanã pedio mais uma vez:

-Quero um pouco de água e alguma comida para prosseguir viagem.

Num instante foi-lhe servido o que de melhor havia em toda a aldeia. Deram-lhe vinhos de palmeira, frutas, carne, legumes, cereais, enfim, o que tinha de melhor.

Voltando-se para os aldeões, Xapanã deu-lhes uma lição de vida.

-Vivemos num só mundo. Sobre a mesma terra, debaixo do mesmo sol. Somos todos irmãos e devemos ajudar uns aos outros, para que a vida seja mantida. Dar água a quem tem sede, e comida a quem tem fome é ajudar a manter a vida.

Voltou-se e partiu. Atrás dele o povo da aldeia gritava:

-Xapanã, Rei e Senhor da Terra!  Xapanã, Obaluaê!  Xapanã, Obaluaê!  Xapanão Obaluaê!

Obaluaê que sua benção e proteção nos seja dada sempre!

Convite

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Convite

OMO ILE ASÉ ALAKETU OMIM FUNFUN AYE:CONVIDA A TODOS BABALORISÁ/ YALORISÁ/ EBOMES/ OGAN/ EKEDE /YAOS/ E SIMPATISANTES .ADEPTOS...SEJAM BEM VINDOS.

NO DIA :26/02/2011 AS :22:00 HS.

SERA REALIZADO 7 ANOS TÍ DENIS D´OGUN -

YALORISÁ YARA D´OSÚN


ENDEREÇO: AV: CAIBURA N° 130 LOT-3- CONDOMINIO CAIBURA.


LOCALIDADE : BERTIOGA.-SP


CONTATO: 11-71667459/ 8059-6861/ 8274-4436/ 13-9606-3565/ 13-9781-2585/13-9744-0493.


BABAMIM OGÚN OBOCIFUO......

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

História do Candomblé


História do Candomblé
O candomblé e uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubas. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.

O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino.

Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixás são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é normalmente um filho ou filha da casa. Depois vem as Ekedes, são mulheres também escolhidas pelos Orixás para cuidar deles e ajudá-los. Embora seja considerada autoridade dentro da roça, não podem ser Yalorixás, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vem os Ogans, que tocam o atabaques e ajudam o Babalorixá nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintas os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste.

Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode ser sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo.È necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer muita paz e felicidade.


A antiga cidade de Ifé, ao sudoeste da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como capital religiosa e artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis iorubas.

A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota(argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em perola.

Uma das artes mais conhecidas é a de Lajuwa, que segundo o povo de Ifé permaneceu no palácio real, mostrando os vestígios em terracota, antes de ter sido redescoberta. Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de Ifé ou Aquele que Possui). A atribuição dessa terracota a Lajuwa não é estabelecida de maneira segura, entretanto a escultura foi preservada e conservou uma superfície lisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado.

A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS: vastas extensões de terras situadas no coração da savana. Cada uma destas descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas:
BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM: cobre uma superfície de 250 Há. Ao norte da saída da cidade de Ifé. É dedicado a OLOKUM, divindade do mar e da riqueza.
 
BOSQUETE SAGRADO D’IWINRIN: encerra numeroso tesouro artístico, testemunhado, na maior parte, uma arte extremamente realista e refinada. Uma delas é de um personagem com 1,60 m de altura, sentado num banco redondo, esculpido em quartzo e provido com um braço curvado para dentro em forma de anel. Apóia o braço em um tamborete retângulo com quatro pés, sendo ladeado por dois outros de igual tamanho natural, um dos quais tem na mão a extremidade de uma vestimenta cortada.
Supõe-se que o artista tenha manuseado a argila crua em separação. Depois de concluído foi seca ao sol e cozida numa imensa fogueira ao ar livre, obtendo uma terracota de cor uniforme.

 
BOSQUTE SAGRADO OSONGONGO: os arqueólogos descobriram uma variedade de esculturas de argila cozida e a maior parte de uma mesa micácea. Entre elas está a cabeça da própria OSONGOGON, porém menos refinada do que a de LAJUWA.
Ao lado desta escultura, há numerosas outras representando personagens com deformações físicas, uma delas com elefantíase nos testículos (doença ligada intimamente ao espírito dos negros e à impotência sexual), objeto de tratamento com rituais especiais. Nos funerais, a liturgia era feita por um sacerdote da antiga sociedade ORO, tida aos “ocidentalizados” como forma monstruosa.
O principal achado e o vaso do ritual destes funerais, decorado em relevo. Revela certos ritos e insígnias religiosas de Ifé. Vêem-se com os efeitos: Edans (bastões de bronze, utilizados pelos membros da Sociedade OGBONIS na cerimônia secreta), um bastão de ritual com uma espécie de espiral saliente em ambos os lados, um tambor, um objeto com dois crânios na base, um machado e dois personagens sem cabeças.

 
BOSQUESTE SAGRADOS DE ORE: possue abundantes esculturas de homens e animais. O grupo principal é constituído de duas estátuas humanas, a maior é chamada IDENA, o porteiro.
IDENA usa um colar de perolas (contas), diferente dos demais usados em estátuas de terracota. Na cintura ostenta um laço e tem as mãos entrelaçadas. A cabeleira não é esculpida, mas representada por pregos de ferro fincados, como acontece na arte de Ifé.
-BOSQUETE SAGRADO DE ORODI: encontra-se nele uma estátua de pedra com a cabeça e o corpo enfeitado com pregos, similares aos que ornam Idena. Tem na mão direita uma espada e na esquerda um abano. Está situada em Enshure, província do Ado Ekiti.

O grande Deus Olodumaré enviou Osalufã (orixá) para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um cmaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por ultimo, colocaria o camaleão para saber se estava firme.

Osalufã foi avisado para fazer uma oferenda ao Orixá Essú antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um Orixá Funfun, Oxalufã se achava acima de todos e sendo assim, negligenciou a oferenda. Essú descontente , resolveu vingar-se de Osalufã, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo alternativa Osalufã furou com seu Apaasoro o tronco de uma palmeira. Um líquido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma. Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.

Olodumaré, vendo que Osalufã, não cumpriu sua tarefa, enviou Odùdùwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Osalufã estava embriagado, Odùdùwa recebeu o direito de vir e criar o mundo. Após Odùdùwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vêm se reunir a ele, descendo dos céus graças a uma corrente que ainda se podia ver, segundo a tradição, no BOSQUE DE OLOSE, até há alguns anos.

Apesar do erro cometido, uma nov chance foi dada a Osalufã: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigíveis, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.

Odùdùwa interveio novamente, anulou os monstros gerados Osalufã e criou os homens bonitos, sãos e vigorosos, que foram insuflados com vida por Olodumaré.

Esta situação provocou uma guerra entre Odùdùwa e Osalufã. O ultimo foi derrotado e então Odùdùwa tornou-se o primeiro ONI (rei) de Ifé. Distribuiu seus filhos e os enviou para criar novos e vários reinos fora de Ifé.

Mais tarde os Orixás retornaram a Orum, deixando na terra seus conhecimentos e como deveriam ser cultuados seus toques, comidas e costumes, para que fossem cultuados pelos seus descendentes. Então o ser humano começou a fazer pedido aos Orixás e para que cada pedido fosse atendido eles ofereciam comida em troca.

Ao contrario do que se pensa, nem todos os pedidos são atendidos, embora os Orixás sempre aceitem as oferendas. Quando um orixá recebe um pedido, ele o leva a Olodumaré e este decide se o pedido vai ou não ser atendido. Este julgamento vai ser baseado no merecimento da pessoa que faz o pedido.

O povo continua fazendo oferendas aos Orixás até hoje, pois os Orixás procuram sempre fazer o melhor para as pessoas.

O círculo dos deuses é constituído segundo o número 16, número sagrado no candomblé. Ele se encontra em toda parte: no numero de búzios, no númerode chamas da lâmpada dos sacrifícios, na numeração dos membros físicos e psíquicos, quer dizer, das forças e das partes que possui o homem na organização hierárquica.

Origem do Candomblé: Ifé


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Criação do Reino de Ifé

Catinbó



Na Paraíba e em Pernambuco, os espíritos, que ali se chamam MESTRES podiam ser espíritos de índios, de brasileiros mestiços ou brancos, entre os quais se destacavam antigos líderes da própria religião já falecidos, os mestres, designação esta que acabou prevalecendo para designar todo e qualquer espírito desencarnado. Essas manifestações também herdaram das religiões indígenas o uso do tabaco, ali fumado com o cachimbo, usado nos ritos curativos, além da ingestão cerimonial de uma beberagem mágica preparada com a planta da jurema.
Catimbó e Jurema - são os nomes pelos quais essa modalidade religiosa é conhecida resultam desses dois elementos.
O Catimbó é provavelmente uma deturpação da palavra cachimbo, e jurema, é o nome da planta e da sua beberagem sagrada. Ao norte, no Maranhão e no Pará, os espíritos cultuados são personagens lendários que um dia teriam vivido na Terra mas que, por alguma razão, não conheceram a morte, tendo passado da vida terrena ao plano espiritual por meio de algum encantamento. Por esse motivo são chamados de Encantados.
Essa tradição de encantamento estava e está presente na cultura ocidental, bem como na mitologia indígena. Os Encantados são de muitas origens: índios, africanos, mestiços, portugueses, turcos, ciganos etc. Quase todos são elementos da encantaria amazônica, como as histórias de botos que viram gente (e vice-versa); lendas de pássaros fantásticos e peixes miraculosos. Tudo isso foi compondo, ao longo do tempo Pajelança, Torés, Rituais de Fogo entre tantos outros que fazem parte desta linha de trabalhadores da Umbanda, que erroneamente são confundidos com Exús ou com espíritos maléficos.
O ritual do Catimbó, ainda hoje pouco estudado, mas muito difundido. Emprega a magia das fumaças dos cachimbos virados, dos toques dos antigos atabaques, chocalhos e maracás. A presença desses mestres e mestras é constante já há muito tempo, mais de forma errada e por se apresentarem junto com os Exús, passaram a ter ser culto difundido de forma errada.
Trabalham em uma faixa de energia vibratória muito parecida com a dos Exús, ou seja o preto começando a clarear para o vermelho. Daí a necessidade da incorporação nas giras de Exú.
Como o culto do Catimbó foi esquecido e eles precisavam trabalhar e prestar a caridade. Que encontrou na gira de Exú a faixa vibratória perfeita para realização dos trabalhos. São entidades presentes desde o começo da Umbanda, conhecendo todas as magias e feitiços. Não tem compromisso com qualquer Orixá ou entidade, respeitando somente a força de uma árvore conhecida como Jurema.
Segundo os mestres do Catimbó, é da Jurema que foi feito a cruz para crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Trabalham com fogo, fumaça, pontos de fogo, caldeirões com feitiços, punhais e ossos.
Trazem na sua origem os sertões do nordeste onde a fome era predominante, e o sol maltratava a todos. Muitos foram vaqueiros, tocadores de boi (boiadeiros) e andarilhos sempre a procura de alguma diversão ou amores com mulheres da vida (algumas hoje também são grandes mestras do Catimbó).
Hoje o culto do Catimbó, começa a tomar força novamente e algumas casas já dão suas giras separadamente das giras de Exú.
Suas bebidas vão desde a cachaça, passando pelas cervejas e chegando até os misturados das terras do norte, tipo Aluá.
Não são assentados e tem por obrigação a sua casa na entrada dos barracões. São cultuados junto com as almas das segundas-feiras, recebem suas oferendas em portas de bar e em subidas de morro.
Tem predileção pelo peixe frito e pelos petiscos em geral. Suas guias são de preto, vermelho e branco. Vestem-se com roupas claras e alguns com roupas típicas das regiões onde viveram.
Dentre os Mestres e Mestras mais conhecidas, podemos citar: Zé Pelintra, Mestre Junqueiro, Mestre Chico Pelintra, Mestre Antônio, Mestre Bira, Carioquinha, Cibamba, Zé da Virada, Seu Zé Malandrinho, Seu Malandro e Mestra Maria Tereza, Mestra Maria da Luz, Mestra Josefa de Alagoas entre outras.
Hoje a saudação usada pala louvar os mestres do Catimbó é Salve a Jurema Sagrada ou Salve Mestre!
Salve Irmãos de Fé!

AS VERDADES DE INFÁ

AS VERDADES DE IFÁ



1. Este Universo é benevolente.

2. Você não precisa sentir medo.

3. Só há uma única Força Criativa - Deus!

4. Não existe nenhum Diabo.

5. É seu direito inato ser jovem, próspero e amado.

6. O Céu é a “casa” e a Terra o “mercado”. Estamos em comunicação constante entre os dois.

7. Você é literalmente parte do Universo, não apenas de modo figurativo.

8. O seu caráter determina o resultado.

9. A Supremacia é má.

10. Você não deve NUNCA, desejar ou fazer mal a outro ser humano.

11. Você não deve NUNCA prejudicar o Universo do qual você é parte.

12. Não deve haver nenhum tipo de discriminação.

13. A diversidade é o carimbo oficial da criação de Olodumare - Deus.

14. Você escolhe seu Destino e seu Orixá Guardião.

15. O Oráculo provê o mapa do caminho para o seu Destino.

16. Suas metas são: Equilíbrio, Crescimento e Sabedoria.