
Na Paraíba e em Pernambuco, os espíritos, que ali se chamam MESTRES podiam ser espíritos de índios, de brasileiros mestiços ou brancos, entre os quais se destacavam antigos líderes da própria religião já falecidos, os mestres, designação esta que acabou prevalecendo para designar todo e qualquer espírito desencarnado. Essas manifestações também herdaram das religiões indígenas o uso do tabaco, ali fumado com o cachimbo, usado nos ritos curativos, além da ingestão cerimonial de uma beberagem mágica preparada com a planta da jurema.
Catimbó e Jurema - são os nomes pelos quais essa modalidade religiosa é conhecida resultam desses dois elementos.
O Catimbó é provavelmente uma deturpação da palavra cachimbo, e jurema, é o nome da planta e da sua beberagem sagrada. Ao norte, no Maranhão e no Pará, os espíritos cultuados são personagens lendários que um dia teriam vivido na Terra mas que, por alguma razão, não conheceram a morte, tendo passado da vida terrena ao plano espiritual por meio de algum encantamento. Por esse motivo são chamados de Encantados.
Essa tradição de encantamento estava e está presente na cultura ocidental, bem como na mitologia indígena. Os Encantados são de muitas origens: índios, africanos, mestiços, portugueses, turcos, ciganos etc. Quase todos são elementos da encantaria amazônica, como as histórias de botos que viram gente (e vice-versa); lendas de pássaros fantásticos e peixes miraculosos. Tudo isso foi compondo, ao longo do tempo Pajelança, Torés, Rituais de Fogo entre tantos outros que fazem parte desta linha de trabalhadores da Umbanda, que erroneamente são confundidos com Exús ou com espíritos maléficos.
O ritual do Catimbó, ainda hoje pouco estudado, mas muito difundido. Emprega a magia das fumaças dos cachimbos virados, dos toques dos antigos atabaques, chocalhos e maracás. A presença desses mestres e mestras é constante já há muito tempo, mais de forma errada e por se apresentarem junto com os Exús, passaram a ter ser culto difundido de forma errada.
Trabalham em uma faixa de energia vibratória muito parecida com a dos Exús, ou seja o preto começando a clarear para o vermelho. Daí a necessidade da incorporação nas giras de Exú.
Como o culto do Catimbó foi esquecido e eles precisavam trabalhar e prestar a caridade. Que encontrou na gira de Exú a faixa vibratória perfeita para realização dos trabalhos. São entidades presentes desde o começo da Umbanda, conhecendo todas as magias e feitiços. Não tem compromisso com qualquer Orixá ou entidade, respeitando somente a força de uma árvore conhecida como Jurema.
Segundo os mestres do Catimbó, é da Jurema que foi feito a cruz para crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Trabalham com fogo, fumaça, pontos de fogo, caldeirões com feitiços, punhais e ossos.
Trazem na sua origem os sertões do nordeste onde a fome era predominante, e o sol maltratava a todos. Muitos foram vaqueiros, tocadores de boi (boiadeiros) e andarilhos sempre a procura de alguma diversão ou amores com mulheres da vida (algumas hoje também são grandes mestras do Catimbó).
Hoje o culto do Catimbó, começa a tomar força novamente e algumas casas já dão suas giras separadamente das giras de Exú.
Suas bebidas vão desde a cachaça, passando pelas cervejas e chegando até os misturados das terras do norte, tipo Aluá.
Não são assentados e tem por obrigação a sua casa na entrada dos barracões. São cultuados junto com as almas das segundas-feiras, recebem suas oferendas em portas de bar e em subidas de morro.
Tem predileção pelo peixe frito e pelos petiscos em geral. Suas guias são de preto, vermelho e branco. Vestem-se com roupas claras e alguns com roupas típicas das regiões onde viveram.
Dentre os Mestres e Mestras mais conhecidas, podemos citar: Zé Pelintra, Mestre Junqueiro, Mestre Chico Pelintra, Mestre Antônio, Mestre Bira, Carioquinha, Cibamba, Zé da Virada, Seu Zé Malandrinho, Seu Malandro e Mestra Maria Tereza, Mestra Maria da Luz, Mestra Josefa de Alagoas entre outras.
Hoje a saudação usada pala louvar os mestres do Catimbó é Salve a Jurema Sagrada ou Salve Mestre!
Salve Irmãos de Fé!
essa postagem vc pegou do meu blog
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